Uma das maiores festas folclóricas do país, no meio da Floresta Amazônica.
Um dos maiores eventos folclóricos e de cultura popular do Brasil, o festival reúne, todos os anos, cerca de 100 mil pessoas no Centro Cultural Amazonino Mendes, conhecido como Bumbódromo – que este ano celebra 30 anos de existência.
Na festa folclórica, os bois Caprichoso e Garantido recontam, por meio de alegorias, as lendas, rituais indígenas e costumes regionais da região amazônica. As toadas (canções), apresentadas pelos bois, são compostas por letras que resgatam o passado, costumes dos ribeirinhos e os mitos da floresta.
O Caprichoso, representado por um boi azul com estrela na testa, e o Garantido, simbolizado por um coração na testa do boi. Para este ano, o boi Garantido leva ao Bumbódromo o tema Auto da Resistência Cultural e o Boi Caprichoso se apresentará com o tema “Brincadeira de São João”. Em geral, os temas têm relação com a cidade de Parintins, com o estado do Amazonas e com a cultura da região.
Foto: A Critica
Os desfiles são divididos por espetáculos. Cada boi tem 2h30 para se apresentar em cada noite do festival. Entre uma apresentação e outra, há um intervalo de meia hora. O festival está previsto para começar às 21h, horário de Brasília, e deve terminar por volta de 2h30 da manhã.
Uma comissão composta por 10 jurados irá avaliar e definir o boi vencedor de 2018 do Festival de Parintins. O júri é formado, em sua maioria, por especialistas em antropologia e folclore. O corpo de jurados avalia 21 itens, entre os quais estão desempenho do apresentador, levantador de toadas, marujada, ritual indígena e porta-estandarte. A torcida é outro elemento que conta pontos para os bois que desfilam.
Foto: Euzivaldo Queiroz
Sobre o Festival
Desenvolvido como forma de arrecadar fundos para a construção da Catedral de Nossa Senhora do Carmo, o Festival de Parintins realizou sua primeira edição em 1966. O festival inicial contou com a apresentação dos dois bois (Caprichoso e Garantido) e de mais 22 quadrilhas. O evento cresceu ao longo dos anos, chegando a ganhar um local específico para a realização dos desfiles, o Bumbódromo, que tem capacidade para receber 35 mil pessoas a cada noite. Desde 1994, é transmitido ao vivo para todo o País.
Lenda do Boi
A lenda do Boi, que todos os anos é encenada de forma diferente por cada um dos bois, conta a história da Mãe Catirina. Grávida, Catirina teria sentido o desejo de comer língua de boi, em especial do boi favorito do dono da fazenda onde seu marido, Pai Francisco, trabalhava. Para satisfazer o desejo da esposa, Francisco matou o boi preferido de seu patrão. Quando o patrão descobriu, chamou um médico para confirmar a morte do boi e um padre para trazer o animal de volta à vida. No festival, o padre é representado por um pajé. Com os rituais feitos pelo pajé, o boi viveu novamente e o patrão concedeu o perdão ao Pai Francisco e à Mãe Catirina. A ressurreição do boi é o grande mote da festa. Cada ato dessa lenda é representado durante as noites dos desfiles.